O que é idade óssea?
Dra. Vanessa Radonsky
CRM 108111
Pediatra e Endocrinologista Pediátrica.
A idade óssea avalia o grau de amadurecimento dos ossos. A partir dela, pode-se ter uma melhor ideia do tempo que ainda resta para uma criança ou adolescente crescerem.
A idade óssea é um exame radiográfico da mão e do punho não dominantes, que pode ser empregado em ambos os sexos, para se avaliar o grau de amadurecimento dos ossos. Este exame é realizado com frequência em pacientes pediátricos para avaliar o crescimento, diagnosticar e tratar numerosos transtornos endócrinos e síndromes pediátricas. O cálculo da idade óssea é feito comparando-se a visualização dos centros de ossificação da mão esquerda de uma criança com padrões previamente estabelecidos, os chamados Atlas de idade óssea. Os Atlas mais classicamente empregados são os que utilizam os métodos de Greulich & Pyle e de Tanner & Withehouse.
A partir da idade óssea, pode-se ter uma melhor ideia do tempo que ainda resta para uma criança ou adolescente crescerem. A maturação esquelética pode ser diferente da idade cronológica, nem sempre representando um problema de saúde. Assim, a maturidade esquelética é uma medida do desenvolvimento que incorpora tamanho, forma e grau de mineralização do osso para definir sua proximidade da maturidade completa. O exame geralmente é parte da avaliação do crescimento e desenvolvimento sexual.
A maturação óssea pode ser influenciada por fatores genéticos, ambientais e endócrinos. Entre os fatores endócrinos estão relacionados alterações no hormônios tireoidianos, de crescimento e os esteroides sexuais.
A Idade óssea deve ser solicitada sempre que a criança apresentar alteração na curva de crescimento e na complementação diagnóstica nos casos de distúrbio do crescimento e/ou na puberdade.
Para a avaliação da radiografia da mão e do punho, o radiologista e o endocrinologista analisam o número de ossos presentes, o formato desses ossos e o espaço entre os mesmos. Após a avaliação de todos esses dados, então é realizado um laudo que mostra a “idade biológica” do indivíduo.
A idade óssea é considerada atrasada quando há uma diferença de 1,5 a 2 anos em relação à idade cronológica. Em uma criança saudável, isso indica que ela apresentará o início da puberdade mais tardio, portanto, também o estirão puberal (a fase de maior crescimento) e terminará o seu crescimento numa idade mais avançada. Geralmente há uma história familiar semelhante (a mãe que menstruou mais tarde ou o pai que após se alistar no exército ainda continuou crescendo, por exemplo). Na grande maioria das vezes, o adolescente atingirá o seu potencial de crescimento, pois há espaço entre as placas de crescimento, mas deve-se investigar qual é a causa deste atraso. Uma idade óssea adiantada também deve ser criteriosamente investigada.
Entre as causas de atraso na Idade óssea temos: atraso constitucional do crescimento e puberdade, atraso de causa familiar, hipotireoidismo, doenças crônica de modo geral e uso crônica de glicocorticoides. Já em relação ao avanço da idade óssea podemos encontrar puberdade precoce central ou periférica, hiperplasia congênita de supra renal, obesidade exógena e hipertireoidismo.
A avaliação pelo Endocrinologista Pediátrico deverá ser realizada sempre que a idade óssea estiver atrasada ou adiantada para investigação da causa e tratamento.
Sugestão para destaque: “A Idade óssea deve ser solicitada sempre que a criança apresentar alteração na curva de crescimento e na complementação diagnóstica nos casos de distúrbio do crescimento e/ou na puberdade”.